Dr. Carlos Loureiro • jun. 03, 2019
(*) Por Prof. Victor Hugo Cardoso – colaborador Clube Dentalis Ronco, sonolência excessiva durante o dia, falta de memória, problemas de concentração, irritabilidade e dores de […]
(*) Por Prof. Victor Hugo Cardoso – colaborador Clube Dentalis
Ronco, sonolência excessiva durante o dia, falta de memória, problemas de concentração, irritabilidade e dores de cabeça. Esses são os principais sintomas da síndrome da apnéia obstrutiva do sono, doença que acomete, principalmente, homens ou mulheres que já estão na menopausa. Em casos mais severos, a doença pode levar à morte por parada cardíaca.
Caracterizada pelo fechamento repetitivo da passagem do ar pela garganta durante o sono, a apneia pode interromper a respiração por até 40 segundos. São essas paradas respiratórias que fazem com que o indivíduo tenha pequenos despertares durante a noite, que interrompem o sono e prejudicam o descanso.
Durante o dia, a pessoa sente uma sonolência excessiva enquanto assiste à TV, a uma palestra ou mesmo enquanto dirige. Outros sintomas como falta de concentração, fadiga, alteração de humor, perda de memória e libido também são comuns.
Pacientes com mais de cinco paradas respiratórias por hora de sono já são diagnosticados com apneia. Quando esse número sobe para trinta o caso é considerado grave e merece atenção especial. A doença é progressiva e a tendência é piorar com o tempo. Quanto mais o paciente demora para iniciar o tratamento, mais grave a apneia fica.
Casos mais severos e que não são tratados podem resultar na morte do indivíduo. Pacientes com mais de trinta pausas respiratórias por hora têm índice alto de mortalidade. No Brasil, os números apontam um risco de 32% em um período de nove anos. A morte da pessoa com apneia pode ser causada por um infarto ou por uma arritmia agudos.
Apesar de ter uma maior incidência em homens, a apneia noturna pode também afetar mulheres na menopausa ou qualquer pessoa que tenha problemas respiratórios no nariz. As chances de desenvolver a doença aumentam em pessoas que tenham problemas com peso, nasais ou que consumam álcool.
Por ser uma interrupção da passagem de ar pela garganta durante o sono, a apneia pode ainda ser causada por uma oclusão dental ou pela deformidade de posicionamento da mandíbula. Tais alterações maxilomandibulares são corrigidas somente por meio de uma cirurgia ortognática, que reposiciona os maxilares e cria uma via aérea permeável e livre.
A apneia em crianças
Crianças e adolescentes com problemas nasais ou com alergia respiratória também podem desenvolver a apnéia do sono. A diferença é que nas crianças, a apneia se manifesta com uma hiperatividade.
Ela pode ter ainda uma dificuldade de crescimento, uma vez que o hormônio do crescimento é produzido durante o sono. No entanto, quando a apneia é tratada, a produção do hormônio GH, responsável pelo crescimento, volta ao normal.
Tratamentos para a apneia
Diagnosticada com exames detalhados feitos no paciente que passa uma noite completa de sono em laboratório especializado, a apnéia possui tratamento e, em alguns casos, pode ser curada.
Cada caso tem que ser individualizado, mas na maior parte se usa um aparelho chamado CPAP.
O aparelho funciona da seguinte forma: ele manda uma pressão de ar comprimido pelo nariz, abrindo a garganta, por onde o ar passa mais facilmente.
Há ainda casos que necessitam de uma cirurgia ortodôntica, dependendo da anatomia da face do paciente. Com a cirurgia ortognática a via aérea fica maior, permitindo que o indivíduo respire melhor.
Fatores que aumentam as chances de apneia
– Aumento de peso;
– Envelhecimento;
– Predisposição genética;
– Problemas nasais (como alergia, desvio de septo e sinusite);
– Uso de substâncias, a exemplo de álcool e benzodiazepínicos para dormir.