Dr. Carlos Loureiro • jan. 14, 2019
O ideal é que a mãe faça uma consulta, preferencialmente com o/a odontopediatra, durante a gestação com a intensão de receber as orientações necessárias para manter […]
O ideal é que a mãe faça uma consulta, preferencialmente com o/a odontopediatra, durante a gestação com a intensão de receber as orientações necessárias para manter a correta saúde bucal do seu filho. Independentemente da consulta da gestação ter sido realizada, a primeira consulta do bebê deve ser por volta dos 6 meses, coincidindo com o nascimento dos primeiros dentes de leite.
Os cuidados com a higiene bucal devem começar a partir do nascimento do bebê, ficando ele progressivamente mais receptivo a aceitar a manipulação em sua boca no futuro. Além disso, sabe-se que, caso o bebê mame e não tenha a higiene oral realizada de forma eficiente, haverá maior predisposição a lesões cariosas no futuro, uma vez que sua flora bacteriana já está sendo formada.
No recém-nascido, a limpeza deve ser feita com uma gaze ou fralda umedecida em água filtrada ou fervida para remover os resíduos de leite. Com o nascimento dos primeiros dentes, a fralda deve ser substituída por uma dedeira. Aos 18 meses, com o nascimento dos primeiros molares decíduos, a higiene deverá ser realizada com uma escova dental infantil com um creme dental sem flúor. O creme dental fluoretado só deverá ser utilizado a partir dos 5 ou 6 anos de idade, quando a criança souber cuspir completamente o seu excesso.
A associação entre cárie e o consumo de sacarose é clássica. O primeiro contato direto do bebê com o açúcar é feito através da mamadeira, já que a maioria dos alimentos ingeridos através dela apresenta adição de açúcar, formação de uma flora cariogênica na cavidade oral e transformando-a em um dos fatores mais importantes na caracterização de risco à lesões cariosas.
O Streptococcus mutans, bactéria causadora da cárie, não faz parte da flora bucal do recém-nascido e é transmitido da mãe e cuidadoras para o filho pelo contato direto. Por isso, não se deve soprar a comida do bebê e nem experimentá-la com o talher dele, para não transmitir essas bactérias. Pelo mesmo motivo, é importante lavar as mãos antes de higienizar a boca do bebê e não beijá-lo na boca. Vale a pena ressaltar que, os pais e cuidadores devem ter saúde bucal e bons hábitos de higiene.
A complexidade da microbiota bucal inicia-se com a erupção dos dentes e os fatores de risco, como higienização bucal deficiente, amamentação noturna, elevado consumo de açúcar, quando associados à falta de orientação dos pais, contaminação por Streptococcus mutans, comportamento inadequados, propiciam aos recém-nascidos o maior risco e a rápida evolução das lesões cariosas.
Lembre-se. A saúde começa pela boca e os cuidados com dieta e higiene no início da vida vão determinar maior ou menor propensão à cárie