A ignorância de muitas pessoas sobre os reais riscos do uso do vape é uma das maiores ciladas criadas pela indústria. Muitas vezes, pela falta de informações claras e precisas, os consumidores acreditam que os cigarros eletrônicos são uma alternativa segura, sem considerar os malefícios ocultos à saúde. Embora o vape seja comercializado como uma opção “menos prejudicial” ao cigarro tradicional, estudos têm demonstrado que seus efeitos a longo prazo podem ser igualmente danosos, incluindo danos pulmonares, cardiovasculares e um risco aumentado para dependência. A indústria de produtos de vaporização muitas vezes distorce as evidências científicas e se aproveita da falta de regulamentação rigorosa para continuar promovendo esses dispositivos, sem mencionar os riscos reais. O aumento no consumo de vape, especialmente entre os jovens, é uma preocupação crescente para autoridades de saúde pública, que alertam para a necessidade de conscientização e ação preventiva. Portanto, é essencial que a população esteja mais bem informada sobre os riscos dos cigarros eletrônicos e combate a propagação de mitos em torno da “segurança” do vape.
O uso de vape, embora promovido como uma alternativa menos nociva ao tabagismo convencional, tem sido associado a diversos riscos que afetam diretamente a saúde bucal e, consequentemente, a prática odontológica. Confira alguns dos principais riscos:
1. Irritação e Inflamação da Mucosa Oral
Os aerossóis produzidos pelo vape contêm substâncias químicas—como propilenoglicol, glicerina vegetal, aromatizantes e, frequentemente, nicotina—que podem causar irritação crônica na mucosa oral. Essa irritação pode levar à inflamação e, com o tempo, comprometer a integridade dos tecidos bucais.
2. Xerostomia (Boca Seca)
A redução do fluxo salivar é outro efeito relatado com o uso de vape. A saliva é crucial para a manutenção do equilíbrio do pH bucal, proteção contra cáries e controle da população bacteriana. A diminuição na produção salivar pode favorecer o surgimento de cáries, gengivite e outras condições periodontais.
3. Alterações na Microbiota Oral e Doenças Periodontais
Os compostos presentes no vapor podem alterar a composição da microbiota oral, potencialmente aumentando o risco de doenças periodontais. A inflamação crônica e a alteração do ambiente bucal podem favorecer a progressão de gengivite para periodontite, comprometendo o suporte dos dentes.
4. Impacto na Estética Bucal
Embora o vape seja frequentemente promovido como uma opção com menos riscos de manchar os dentes em comparação ao tabaco, há evidências de que alguns componentes do vapor podem contribuir para a alteração da coloração dental ao longo do tempo, afetando a estética bucal.
5. Riscos Sistêmicos com Reflexos na Saúde Bucal
A inalação contínua de substâncias presentes no vape pode gerar uma resposta inflamatória sistêmica, que pode, indiretamente, impactar a saúde bucal e os resultados de tratamentos odontológicos, especialmente em pacientes com condições pré-existentes.
Diante desses riscos, é essencial que os profissionais de odontologia estejam atentos aos efeitos do uso de vape e orientem seus pacientes quanto aos possíveis impactos negativos. A promoção de hábitos saudáveis e a conscientização sobre os riscos são fundamentais para a prevenção de complicações bucais.
Por fim, embora o vape seja frequentemente percebido como uma alternativa “inócua”, os riscos associados ao seu uso, especialmente quando feito de forma frequente e sem acompanhamento adequado, podem resultar em danos significativos à saúde bucal, exigindo uma abordagem preventiva e educativa por parte dos profissionais de saúde.